Alana recupera corpo e mente para voltar aos tatames no Grand Prix
Alana, que é branca e tem o cabelo preto preso em um rabo de cavalo, está à direita da imagem ajeitando o quimono branco antes do reinício da luta em Tóquio. Foto: Matsui Mikihito/CPB..

Alana recupera corpo e mente para voltar aos tatames no Grand Prix

por Comunicação CBDV publicado 2022/09/09 15:44:01 GMT-3, Última modificação 2022-09-09T15:44:01-03:00
Ouro em Tóquio, judoca lutará em SP neste domingo após quase cinco meses afastada: 'Precisava cuidar da minha saúde mental'

09/09/2022
São Paulo/SP


Durante sete anos quase ininterruptos, a judoca Alana Maldonado dedicou corpo e alma ao esporte de alto rendimento. Uma jornada cheia de feitos e conquistas, como os inéditos ouros no Mundial de 2018, em Portugal, e nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, no ano passado, mas também de cobranças, pressão e problemas internos que foram se acumulando. Em junho, a atleta acordou sem vontade alguma de vestir o quimono. Pensou até em encerrar a carreira precocemente. A depressão, aos poucos, foi ficando para trás. Agora, uma "Alana reinventada", como ela própria se define, está de volta e lutará neste domingo, no Grand Prix de Judô Paralímpico, o equivalente ao Campeonato Brasileiro da modalidade, em São Paulo.


"Eu precisava deste tempo. Precisava me reconectar, me desligar um pouco e cuidar de mim e da minha saúde mental", explica a paulista de 27 anos, que competiu oficialmente pela última vez no Grand Prix de Antalya, na Turquia, no fim de abril, quando conquistou a medalha de ouro. Tirando o período no qual lesionou o ligamento cruzado do joelho esquerdo, às vésperas do Mundial de 2018, esse foi o maior tempo que Alana passou longe do esporte. 


"Acho que as pessoas ainda não dão tanta importância para a saúde mental no alto rendimento. Eu nunca imaginei que passaria pelo que passei, ter início de depressão, pensar em parar. Quem está de fora não conhece a rotina do atleta, as coisas de que precisamos abrir mão", conta. A bola de neve aumentou justamente após Tóquio. "Eu saí de férias, mas não tive realmente férias. Era o tempo todo entrevista, gravação, palestra, evento. Quando voltei a treinar, sofri uma lesão no menisco do joelho e fiz a cirurgia. Depois, machuquei de novo. Meu corpo estava dando sinais de que eu precisava desligar minha mente um pouco dessa rotina. Até que chegou o dia em que falei: 'Não, eu preciso parar, não estou bem'. Isto foi em junho", relata.

 

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Alana aparece sozinha no local de combate do Nippon Budokan, palco da modalidade nos Jogos de Tóquio,
com o dedo indicador esquerdo apontado para cima enquanto olha para o alto. Foto: Matsui Mikihito/CPB.

 

Para seguir em frente, ela contou com o suporte da psicóloga Caroline de Campos, com quem trabalhou na Seleção Brasileira, e o apoio fundamental da família, especialmente de sua companheira, Wedja Santos, de quem ficou noiva no fim de julho. "Quando eu não queria treinar, era ela quem me empurrava", conta Alana, que também passou a treinar diariamente no Palmeiras, onde encontrou novas motivações. "Mudei um pouco de ares, de rotina. Hoje, vejo uma Alana reinventada. Eu precisava sair um pouco da minha bolha, expandir meu mundo. Ainda sigo no acompanhamento psicológico, mas estou bem melhor", garante.

 
 
 
 
 
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A expectativa agora é de utilizar o Grand Prix como preparação para o Mundial de Baku, no Azerbaijão, marcado para novembro – o torneio valerá pontos no ranking para os Jogos de Paris 2024. As mudanças nas regras da modalidade, principalmente a que extinguiu algumas divisões de peso, mexeram bastante com a categoria da judoca (até 70 kg da classe visual J2).


"É um outro mundo, será um Mundial completamente diferente do que disputei em 2018 e, na minha categoria, bem mais forte por conta dessa junção dos pesos. As minhas principais rivais continuam, como a mexicana (Lenia Ruvalcaba, algoz de Alana na final da Rio 2016) e a georgiana contra quem lutei na final em Tóquio (Ina Kaldani), que acabou de ser campeã europeia. E, além das adversárias que eu já tinha, entraram outras que vieram de outros pesos, como a cubana", comenta, referindo-se a Dalidaivis Rodriguez, bicampeã paralímpica na Rio 2016 e em Londres 2012 no extinto peso até 63 kg. 


Sobre o Grand Prix de Judô Paralímpico


A competição, que equivale ao Campeonato Brasileiro da modalidade, é disputada em dois momentos. A primeira etapa aconteceu em março, no Centro de Treinamento Paralímpico, na capital paulista, mesmo palco do evento deste domingo, que reunirá 130 atletas da elite e outros 58 iniciantes que se enfrentam em um torneio paralelo chamado Copa Loterias Caixa. As lutas começam às 9h (de Brasília). O CT fica na Rodovia dos Imigrantes, km 11,5. A entrada é gratuita. Confira a programação completa:


08h30: Cerimônia de Abertura
09h00: Início da Copa Loterias Caixa
10h00: Início do Grand Prix (+70 kg J1 / +70 kg J2 / -73 kg J2 / -90 kg J1 / -90 kg J2 / +90 kg J1)
13h00: Grand Prix (-57 kg J2 / -70 kg J1 / -70 kg J2 / -73 kg J1 / +90 kg J2)
15h00: Grand Prix (-60 kg J1 / -60 kg J2 / -48 kg J1 / -48 kg J2 / -57 kg J1)
16h00: Premiação Copa Loterias Caixa
18h00: Premiação Grand Prix

*Horários sujeitos a alteração
.

 

Patrocínio

A Loterias Caixa é a patrocinadora oficial do judô paralímpico brasileiro.


Comunicação CBDV

Renan Cacioli

[email protected]
+ 55 11 99519 5686 (WhatsApp)

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