Árbitra brasileira vai apitar partidas de futebol de cegos na Paralimpíada
04/01/2024
São Paulo/SP
A árbitra paranaense Ellen Grosskopf, de 28 anos, foi convocada pela IBSA (sigla em inglês para Federação Internacional de Esportes para Cegos) para apitar partidas de futebol de cegos nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, em agosto, na França. Ela é a única representante do Brasil nesta edição e será a primeira mulher do país a conduzir um jogo dentro da quadra em uma Paralimpíada – na Rio 2016, Mayara Crispim e Ieda Glock foram chamadas, mas como mesárias.
"Recebi a notícia com muita emoção, chorei muito, meu coração quase saiu do peito! Porque a Paralimpíada é a competição esportiva mais prestigiada do planeta, é um sonho que eu vou realizar. Além de dar um orgulho imenso para a minha família, que sempre me apoiou na arbitragem e torceu pelo meu sucesso", conta Ellen, nascida em Curitiba (PR). Ela integra uma lista com mais 12 nomes do estafe de arbitragem da modalidade chamado para ir a Paris sob o comando do argentino Mariano Travaglino, Coordenador de Arbitragem de futebol de cegos na Federação Internacional. "Os oficiais técnicos selecionados representam o nível mais elevado da arbitragem mundial", disse Mariano, ao site da IBSA.
Árbitra de futsal desde 2013, Ellen foi convidada naquele mesmo ano pelo ex-Coordenador Nacional de arbitragem, Nelson Glock, a fazer o curso de adaptação ao futebol de cegos. "Eu me apaixonei de primeira, não há quem conheça e não ame a modalidade. Porém, a minha primeira atuação aconteceu somente em 2015 em um dos regionais mais disputados do Brasil, o Sul-Sudeste. A partir dali, eu me dediquei de forma integral à arbitragem", explica.
A ascensão na carreira veio rapidamente e, no ano passado, ela passou a trilhar sua trajetória em torneios internacionais. O primeiro foi o Grand Prix da IBSA, sediado em São Paulo. As boas atuações a levaram, primeiramente, ao Parapan de Jovens, em Bogotá, na Colômbia, e depois ao Parapan de Santiago 2023. "A experiência foi extraordinária, o trabalho exigiu muito do meu psicológico. Aprendi coisas incríveis e evoluí muito profissionalmente. Agora, espero desfrutar de muitos novos ensinamentos em Paris", diz Ellen, que chegou a receber uma bolsa de estudos na faculdade para jogar bola, mas acabou optando pela arbitragem.
O aprendizado no futebol de cegos é diário e algumas diferenças em relação às regras do futsal convencional pedem atenção redobrada. "Por exemplo, o contato físico dos jogadores. É futebol como em qualquer lugar do mundo, tem contato físico, porém, por eles serem cegos, precisamos ter o discernimento para entender até que ponto esse contato é considerado normal ou passa a ser um contato faltoso", explica. Em Paris, Ellen colocará tudo o que aprendeu até aqui em prática e dará sequência à tradição brasileira de ter excelente profissionais com a bola nos pés ou o apito nas mãos.
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