Balé e caratê moldaram Rosicleide rumo ao topo do judô paralímpico mundial
28/06/2022
São Paulo/SP
Quem vê Rosicleide Andrade derrubar suas adversárias com força no tatame não imagina ter sido a leveza dos movimentos do balé e do caratê que moldaram a judoca rumo ao topo do ranking mundial entre as atletas até 48 kg (J1, para cegos totais). Uma das destaques da Seleção Brasileira na temporada, ela buscará seu terceiro pódio em 2022 neste sábado (2), quando terá início o IBSA Grand Prix de São Paulo, evento que reunirá competidores de 21 países no Centro de Treinamento Paralímpico (Rodovia dos Imigrantes, km 11,5), localizado na capital paulista. A competição é aberta e gratuita ao público e terá transmissão ao vivo tanto no YouTube da CBDV (link AQUI) quanto no da IBSA (link AQUI).
Depois de conquistar o ouro nas duas etapas anteriores do Grand Prix, na Turquia e no Cazaquistão, a potiguar de 24 anos espera repetir a dose dentro de casa. "Minhas expectativas são as melhores possíveis. Quero me manter no topo do pódio. Estou trabalhando e correndo muito e corrigindo o que é preciso para melhorar a cada dia", explica Rosicleide, cuja deficiência visual é a retinopatia da prematuridade – nasceu com seis meses pesando 900 gramas.
Após praticar balé dos sete aos 16 anos de idade, ela passou pelo goalball e pelo caratê, onde o gosto pelas artes marciais foi aguçado, mas limitado pelo fato de ela não conseguir participar de lutas. Como deficiente visual, a atleta executava apenas o "kata" – sequência de movimentos com técnicas de ataque e defesa cujo objetivo é colocar em prática os exercícios praticados em treino. Faltava a adrenalina do corpo a corpo, que ela foi encontrar no judô a partir de 2014.
Rosicleide chegou a integrar a Seleção de base, pela qual foi prata no Parapan de Jovens de 2017, disputado no mesmo palco do Grand Prix deste fim de semana, mas passou a ser convocada para a equipe adulta apenas neste ano, depois das mudanças nas regras da modalidade. Os excelentes resultados até aqui a levaram à primeira colocação do último ranking divulgado pela IBSA (sigla em inglês para Federação Internacional de Esportes para Cegos). Ela vai lutar no sábado, a partir das 10h (preliminares).
A outra representante do Brasil no peso até 48 kg é a paulista Giulia Pereira, de 22 anos, que é da categoria J2 (baixa visão). A judoca não foi à Turquia e faturou o bronze no Cazaquistão. Está em quarto lugar no ranking. "Competir em casa é sempre uma alegria e uma honra. Lutar com amigos e familiares torcendo será uma felicidade imensa. Nas edições anteriores, fomos muito bem e tenho certeza de que sairemos com muitas medalhas", diz a atleta.
Giulia derruba a argentina Rocio Ledesma no Parapan de Lima, em 2019, quando foi medalha de ouro.
Foto: CPB/ Divulgação.
Sobre o Grand Prix
A terceira etapa do circuito da IBSA reunirá nove dos 16 atuais líderes do ranking mundial do judô paralímpico, sendo seis brasileiros: Arthur Silva (J1 até 90 kg), Wilians Araújo (J1 acima de 90 kg), Thiego Marques (J2 até 60 kg), Rosicleide Andrade (J1 até 48 kg), Brenda Freitas (J1 até 70 kg) e Rebeca Silva (J2 acima de 70 kg). A paulista Alana Maldonado, que lidera o ranking até 70 kg J2, não poderá participar. O Brasil foi campeão no geral das duas etapas anteriores, na Turquia e no Cazaquistão.
Confira a programação do evento (horários sujeitos a alterações):
Dia 1/7 (sexta-feira)
19:30 - sorteio do chaveamento
Dia 2/7 (sábado)
11:30 - início das lutas preliminares (48 kg, 57 kg, 60 kg e 73 kg)
15:30 - finais (48 kg, 57 kg, 60 kg e 73 kg)
Dia 3/7 (domingo)
11:30 - início das lutas preliminares (-70 kg, +70 kg, -90 kg, +90 kg)
15:30 - finais (-70 kg, +70 kg, -90 kg, +90 kg)
Apoio
A CBJ (Confederação Brasileira de Judô) e a FP Judô (Federação Paulista de Judô) são parceiras da CBDV na organização do evento.
Comunicação CBDV
Renan Cacioli
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+ 55 11 99519 5686 (WhatsApp)