Brasil ganha mais dois ouros no judô e faz sua melhor campanha na história
Brenda Freitas sorri com a cabeça levemente inclinada para cima durante a cerimônia de premiação. Ela tem a medalha de ouro ao redor do pescoço e segura uma pelúcia do Fiu, mascote da edição de Santiago 2023. Fotos: Alessandra Cabral/ CPB.

Brasil ganha mais dois ouros no judô e faz sua melhor campanha na história

por Comunicação CBDV publicado 2023/11/20 17:32:00 GMT-3, Última modificação 2023-11-20T20:10:48-03:00
País encerra participação no Parapan de Santiago com 13 medalhas ao todo, sendo seis de ouro, duas a mais do que em Lima 2019

20/11/2023
Santiago/CHI


Após as seis medalhas do primeiro dia, o judô paralímpico do Brasil ganhou mais sete nesta segunda (20), sendo duas de ouro, três de prata e duas de bronze, e fechou sua participação nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023 com 13 ao todo: seis ouros, quatro pratas e três bronzes. A campanha no Chile superou a de Lima 2019, então a melhor o país na modalidade, quando o país foi ao pódio 11 vezes (quatro ouros, três pratas e quatro bronzes). Hoje, foi a vez de Brenda Freitas (até 70 kg) e Marcelo Casanova (até 90 kg) dominarem o topo do pódio do Centro Esportivo de Contato – os brasileiros ganharam seis das oito categorias em disputa nos dois dias. Também medalharam Meg Emmerich (+70 kg), Arthur Silva (até 90 kg) e Wilians Araújo (+90 kg), que foram prata, além de Rebeca Silva (+70 kg) e Sergio Fernandes (+90 kg), que foram bronze.


Agora, parte da Seleção Brasileira que disputou o Parapan terá alguns dias de descanso antes do próximo desafio: o Grand Prix de Tóquio, nos dias 4 e 5 de dezembro. Será a quarta e última etapa do circuito internacional da IBSA (sigla em inglês para Federação Internacional de Esportes para Cegos) no ano e contará pontos para o ranking mundial, principal critério de distribuição de vagas da modalidade para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024. O Brasil levará um grupo de dez judocas ao Japão.


"Essa medalha de ouro tem um gosto muito especial porque vim de um campeonato em que não fui tão bem. E estar aqui hoje, estreando nos Jogos Parapan-Americanos e já conseguir o ouro, é muito importante para retomar a confiança", disse a carioca Brenda, de 28 anos, referindo-se ao bronze que ganhou nos Jogos Mundiais da IBSA, em agosto, na Inglaterra, quando era favorita ao ouro. Em Santiago, a chave dela continha quatro atletas, ocasião na qual todas as atletas lutam entre si. Ela venceu as três oponentes: Francisca Almanza (CHI), Ariagna Hechevarría (CUB) e Nadia Boggiano (ARG).

 

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Arthur ergue o braço de Marcelo após o fim da luta que decretou o ouro e a prata ao Brasil na categoria até 90 kg.


Vale lembrar que, no Parapan de Santiago, o judô misturou as classes J1 (cegos totais) e J2 (baixa visão). Assim, os atletas se enfrentaram como acontecia até as mudanças nas regras da modalidade, em janeiro do ano passado. Foi o que permitiu a final da categoria até 90 kg entre o potiguar Arthur Silva, de 31 anos, líder no J1, e o gaúcho Marcelo Casanova, de 20, quarto do mundo na J2. Após combate equilibrado, o estreante levou e melhor e venceu por wazari: "Feliz com o resultado, consegui somar pontos muito importantes para o ranking. E é uma honra fazer a final contra o Arthur", disse Marcelo, que este ano já havia conquistado o Parapan de Jovens, em Bogotá. "Só gratidão por todos os resultados que venho acumulando, pelos resultados do Brasil não só no judô, né? Estamos mostrando nossa força!", destacou Arthur, que já tinha a prata em Lima 2019 e o bronze em Toronto 2015.


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Outro líder do ranking mundial que acabou superado por adversário de outra classificação visual foi o paraibano Wilians Araújo, de 32 anos, campeão mundial e paralímpico dos pesados na J1. Após ganhar do argentino Cristian Alderete na semi, perdeu para o cubano Yordani Fernández, quinto do mundo na J2, na final. Foi o mesmo adversário, aliás, que já vencera outro brasileiro, o carioca Sergio Fernandes, na semifinal. Estreante em Parapans, Sergio se recuperou e conseguiu o bronze ao derrubar o mexicano Oscar Aguirre. "É uma emoção mito grande estar subindo no pódio, é muito gratificante ter conseguido defender o meu país da maneira como eu deveria", falou o judoca de 23 anos.

 

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Sergio se agacha ainda no tatame, com as mãos ao rosto, bastante emocionado após o fim da luta do bronze.


Decisão polêmica impede final brasileira no feminino


Na categoria das pesos pesadas (acima de 70 kg), uma decisão polêmica da arbitragem impediu a repetição da final de 2019 entre as paulistas Meg Emmerich e Rebeca Silva. Líder do ranking na J2, Rebeca vencia a cubana Sheyla Estupinan, quinta do mundo, quando recebeu um golpe após o comando de interrupção da luta feito pela árbitra principal no tatame. O juiz de vídeo analisou o lance e resolveu decretar a vitória da adversária, mesmo diante do forte protesto do técnico brasileiro. Coube a Meg tentar "se vingar" pela colega na final, mas também foi superada por Estupinan e ficou com a prata. Já Rebeca reuniu forças para ganhar o bronze diante da venezuelana Danitza Sanabria – garantindo a simbólica centésima medalha do Brasil neste Parapan.


"Medalhas são muito importantes. Cada vitória, cada conquista aproximam mais a gente do nosso sonho de estar em Paris. Quero agradecer ao CPB e a todos que me apoiam", falou Rebeca, de 22 anos. 


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Comunicação CBDV

Renan Cacioli

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