Briga na escola foi porta de entrada de Rayfran nas artes marciais
Rayfran, que tem a pele morena e o cabelo bem curto, treina com Arthur Silva, de costas para a imagem.

Briga na escola foi porta de entrada de Rayfran nas artes marciais

por Comunicação CBDV publicado 2022/06/30 18:34:00 GMT-3, Última modificação 2022-07-01T13:53:10-03:00
Judoca usa técnicas do jiu-jítsu para tentar superar adversários após passar um ciclo inteiro afastado dos tatames

30/06/2022
São Paulo/SP


A forma como Rayfran Pontes chegou ao mundo das artes marciais não chega a ser um exemplo: uma briga na porta da escola quando tinha 14 anos despertou a atenção de um professor de jiu-jítsu que visitava o local atrás de crianças interessadas em treinar na sua academia, em Parauapebas (PA). O lado bom dessa história é que nasceria ali o judoca que, neste fim de semana, tentará levar o Brasil ao pódio do IBSA Grand Prix de São Pauloevento que reunirá competidores de 21 países no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, na capital paulista.


"Espero fazer uma boa competição, chegar até a final e tentar o lugar mais alto do pódio. É importante pontuar", diz o atleta de 30 anos, quarto colocado do ranking na categoria até 73 kg. A briga que deu início a tudo, relembra, começou quando um colega o provocou jogando futebol, na aula de educação física, por conta de sua deficiência visual – nasceu com glaucoma congênito. "Eu estava bem bravo porque o garoto ficava me chamando de cego o tempo todo. Como não podia brigar dentro da escola, esperei ele na saída. E foi esse professor quem nos separou. Ele perguntou 'não quer ir brigar na academia, não?'", conta.


Os ensinamentos passados pelo treinador Islander Sousa, já falecido, foram levados para outra arte marcial, dois anos depois da fatídica briga. E viraram a principal característica da luta praticada pelo judoca, que chegou a participar da Rio 2016 – acabou eliminado com uma derrota na estreia.
 "No ciclo passado, acho que 70% das lutas, eu ganhava graças à minha luta de solo. Estou me organizando para voltar a treinar", explica Rayfran, que parou de competir após 2016 e só retornou no fim do ano passado. Em 2022, ele conquistou a prata no Grand Prix de Antalya, na Turquia.


Outro brasileiro em ação pela classe J1 (cegos totais) será Harlley Arruda, de 42 anos, sétimo no ranking. Um dos mais experientes da Seleção, ele tem no currículo, entre outras conquistas, três bronzes em Jogos Parapan-Americanos (Lima 2019, Toronto 2015 e Guadalajara 2011), quando ainda competia pelo peso até 81 kg, um dos que foram extintos após as mudanças nas regras da modalidade. Este ano, ele também foi bronze, no Grand Prix do Cazaquistão.

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Harlley puxa seu oponente para tentar aplicar o golpe durante luta realizada no GP do Cazaquistão. Foto: IBSA.


O Brasil não terá representantes da categoria até 73 kg na classe J2 (baixa visão), pois os atletas convocados foram considerados inelegíveis na classificação oftalmológica realizada esta semana.

Sobre o Grand Prix


A terceira etapa do circuito da IBSA reunirá nove dos 16 líderes do ranking mundial do judô paralímpico no CT Paralímpico, localizado na Rodovia dos Imigrantes, km 11,5, em São Paulo. A competição é aberta ao público.


Confira a programação do evento (horários sujeitos a alterações):
 

Dia 1/7 (sexta-feira)

19:30 - sorteio do chaveamento

Dia 2/7 (sábado)

11:30 - início das lutas preliminares (48 kg, 57 kg, 60 kg e 73 kg)
15:30 - finais (48 kg, 57 kg, 60 kg e 73 kg)

Dia 3/7 (domingo)

11:30 - início das lutas preliminares (-70 kg, +70 kg, -90 kg, +90 kg)
15:30 - finais (-70 kg, +70 kg, -90 kg, +90 kg)
 

Apoio

A CBJ (Confederação Brasileira de Judô) e a FP Judô (Federação Paulista de Judô) são parceiras da CBDV na organização do evento.


Comunicação CBDV

Renan Cacioli
[email protected]
+ 55 11 99519 5686 (WhatsApp)

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