Craques do goalball largam a bola azul para se testar no futebol
28/05/2022
São Paulo/SP
O barulho dos guizos já é familiar. A diferença está no tamanho da bola e na expectativa de tocá-la com os pés, e não mais com as mãos. É assim que atletas do goalball têm se desafiado para experimentar o futebol de cegas no primeiro Festival organizado pela CBDV (Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais). O evento, que acontece no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, vai até domingo e reúne 26 participantes.
Uma delas é craque e multicampeã pela Seleção Brasileira de goalball: a ala Gleyse Portioli, de 38 anos, ostenta em seu currículo dois ouros (Lima 2019 e Toronto 2015) e uma prata (Guadalajara 2011) em Jogos Parapan-Americanos, um bronze em Mundiais (Malmö 2018) e uma prata em Campeonato das Américas (São Paulo 2017). Praticamente acompanhou toda a ascensão o Brasil no cenário mundial. Agora, resolveu experimentar um antigo sonho.
"Sempre gostei de futebol, era típico da minha família acompanhar e eu gostava de estar junto. Quando era criança e adolescente, enxergava um pouco melhor e participava de competições na escola e jogava com a molecada. Vi esse evento como uma oportunidade de viver essa experiência novamente", explica a atleta de Batayporã (MS). "É uma oportunidade para a mulher mostrar sua garra também no futebol. Acredito que seja um evento que veio para fazer a diferença no esporte paralímpico."
Foto: Alexandre Schneider/ CPB
Seguindo os passos de Gleyse, a jovem Sarah Santana, de 19 anos, já integra as listas de convocações da Seleção de base de goalball, esporte que pratica desde os oito. Mas, assim como a colega mais veterana, viu no Festival a chance de trocar os arremessos quicados por passes e chutes com os pés: "É um esporte que nunca imaginei que teria para as mulheres no paradesporto. Essa iniciativa é sensacional! Tem muitas meninas que gostam, mas não tinham a oportunidade", vibra a paulista.
sorri e segura a bola azul junta ao corpo com o braço esquerdo.
Ao fundo dela, uma quadra de chão azul e linhas de marcação amarelas. Foto: Arquivo pessoal.
Sobre o Festival
O evento é destinado a mulheres com deficiência visual praticantes ou não de outras modalidades. O Festival estava originalmente agendada para maio de 2020, mas, por conta da pandemia, foi adiado. Não haverá a disputa de um torneio propriamente dito. Ao longo de quatro dias, as inscritas participarão de palestras e treinamentos e, no dia 29, irão para a quadra bater bola em jogos de exibição. O objetivo principal da CBDV é dar início à prática da modalidade entre o público feminino.
Confira a programação completa:
DIA 26
Até 16h: chegada de todas as participantes no CT
18h30 às 19h30: jantar
19h50 às 20h10: distribuição dos uniformes (presença obrigatória de todas) – Sala Biblioteca
20h15 às 20h30: palestra de boas-vindas com Felipe Menescal – Sala Biblioteca
20h30 às 20h45: apresentação e breve discurso dos professores responsáveis – Sala Biblioteca
20h50 às 21h30: palestra básica sobre regras com Lúcio Morgado – Sala Biblioteca
DIA 27
6h30 às 8h: café da manhã
9h às 11h: atividades práticas no campo
12h às 13h30: almoço
15h às 17h: atividades práticas no campo
18h30 às 21h: jantar
DIA 28
6h30 às 8h: café da manhã
9h às 11h: atividades práticas no campo
12h às 13h30: almoço
15h às 17h: atividades práticas no campo
18h30 às 21h: jantar
DIA 29
9h às 11h: jogos exibição
12h às 13h: almoço
Até 14h: saída das participantes
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Comunicação CBDV
Renan Cacioli
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