Após sete anos como Coordenador de Seleções, Kelvin Bakos deixa a CBDV
Kelvin posa sorrindo e segurando, com a mão direita, o troféu do Mundial de Goalball de 2018 e, com a mão esquerda, a medalha de ouro. Ele está em um ginásio e veste camiseta azul com o nome do Brasil escrito em branco na altura do peito. Foto: Tadeu Casqueira/ CBDV.

Após sete anos como Coordenador de Seleções, Kelvin Bakos deixa a CBDV

por Comunicação CBDV publicado 2024/12/06 17:33:08 GMT-3, Última modificação 2024-12-06T17:33:08-03:00
'O esporte tem o poder de transformar sonhos em realidade', diz profissional, que seguirá atuando no movimento dentro do Athlon

06/12/2024
São Paulo/SP


Coordenador de Seleções da CBDV (Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais) nos últimos sete anos, Kelvin Bakos, de 41, está de saída. Com mais de 20 missões internacionais no currículo, incluindo duas edições de Jogos Paralímpicos (Paris 2024 e Tóquio 2020), dois Parapans (Santiago 2023 e Lima 2019) e diversos Campeonatos Mundiais, o paulista nascido em São José dos Campos (SP) pretende se dedicar exclusivamente agora ao seu trabalho como diretor do Instituto Athlon (SP).


"O paradesporto no Brasil deu saltos gigantescos nos últimos anos, e a CBDV tem sido peça-chave nesse avanço. Durante os sete anos em que estive na Confederação, tive a honra de participar de grandes eventos. Sob a liderança de José Antônio [Freire, ex-presidente nas duas últimas gestões] e Helder [Maciel, eleito em outubro para o ciclo 2024-2028], a Confederação sempre buscou melhorar os resultados sem nunca perder de vista o lado humano. Sou imensamente grato pelo apoio que recebi da gestão, especialmente nos momentos delicados e difíceis que enfrentei em minha vida pessoal. Com essa abordagem equilibrada, a CBDV alcançou seu ápice em Paris, conquistando o melhor resultado da história. Isso é reflexo de uma gestão que acredita no potencial de cada atleta e na força de uma equipe coesa", diz Kelvin, que é formado em Administração.


"Queria agradecer por tudo o que ele fez à frente das nossas Seleções. Os resultados obtidos têm uma grande participação dele, que fez uma gestão muito eficaz. Só posso desejar muita sorte a ele e agradecer por todo o empenho e profissionalismo enquanto esteve conosco", afirma o presidente da CBDV, Helder Maciel.


A trajetória no paradesporto começou em 2005, quando foi convidado a ajudar na estruturação de uma equipe de goalball em uma entidade de reabilitação chamada Provisão. "Desde então, mergulhei de cabeça nesse universo. Ao longo desses quase 20 anos, tive o privilégio de vivenciar histórias de superação e transformação que me motivam a continuar contribuindo para o desenvolvimento esportivo das pessoas com deficiência. É incrível ver como o esporte pode mudar vidas, e sinto que a cada dia aprendo mais", explica o profissional, que recebeu o primeiro convite da CBDV em 2017, durante a Copa América de goalball, para trabalhar no apoio às Seleções do Brasil. No ano seguinte, veio o desafio de assumir a coordenação das Seleções. No início, acumulou as funções nas equipes adultas e de base, até que se criasse o cargo específico para tocar as categorias juvenis.

 

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Kelvin está de pé na arquibancada do CT Paralímpico, em São Paulo, de jeans e camiseta branca com as logos da CBDV, Loterias Caixa e a bandeira do Brasil. Ele grita enquanto torce. Ao redor dele, outras pessoas acompanham o jogo do Campeonato das Américas de Goalball de 2017. Foto: Leandro Martins/CPB/MPIX.


Bons e maus momentos


Nos anos como chefe de missões do Brasil em eventos internacionais, não faltaram boas e más recordações. O momento mais complicado, segundo Kelvin, foi o pós-pandemia. Em 2021, durante uma série de eventos no Azerbaijão e na Inglaterra, ele e os atletas enfrentaram restrições severas. "Após o Grand Prix de Baku, ficamos 30 dias isolados em Goygol, uma cidade remota na fronteira com a Armênia, onde havia conflitos armados. Além disso, 17 dos 19 membros da delegação apresentaram sintomas semelhantes à Covid-19. Apesar do susto, descobrimos que era uma intoxicação alimentar. Essa experiência nos testou de todas as formas, mas também mostrou a força e a união da equipe", conta.


Já uma das melhores lembranças, ele traz do seu primeiro grande teste no cargo, em 2018, quando viajou para o Campeonato Mundial de Goalball em Malmö, na Suécia. "Ver a Seleção no topo do pódio, escutando o Hino Nacional, é algo de que jamais me esquecerei. Outro momento inesquecível foi a vitória da Seleção sub-23 de futebol de cegos na França, em 2022. Assistir a jovens promessas superarem equipes adultas e se destacarem como campeões foi uma experiência fantástica", relata, citando o Grand Prix de Schiltigheim (FRA), quando os garotos brasileiros bateram o Japão na final, nos pênaltis. Kelvin também menciona um momento específico dos Jogos Paralímpicos de Tóquio: "O abraço da Alana Maldonado após a vitória na final do judô foi especialmente emocionante. Aquele gesto simbolizou toda a jornada de superação e dedicação que compartilhamos".

 

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Jogadores e comissão técnica da Seleção Brasileira de futebol de cegos juvenil posam no campo de grama sintética com as medalhas e o troféu do campeonato. Todos vestem agasalho amarelo com mangas em azul escuro. Kelvin é o primeiro ajoelhado, da esquerda para a direita. Foto; Divulgação/ CBDV.


Com tantas viagens acumuladas, claro que os perrengues renderam casos engraçados, como na vez em que precisou socorrer a judoca Lúcia Teixeira no Azerbaijão. "Ela quebrou um dente. Fomos até a única clínica odontológica disponível, mas, ao ver os instrumentos cobertos de sangue e ferrugem, saímos correndo! Apesar do estresse na hora, hoje isso rende boas risadas", conta Kelvin, que pretende seguir dentro do Athlon com os mesmos propósitos: "Meu objetivo é continuar lutando pela causa da pessoa com deficiência. Atualmente, atendemos mais de 300 pessoas em 11 modalidades esportivas. Quero estruturar melhor o Instituto e expandir nosso alcance, oferecendo cada vez mais oportunidades para que o esporte continue transformando vidas. Acredito no poder do esporte como ferramenta de inclusão, superação e realização, e quero ser parte dessa mudança", acredita. "Saber que minha trajetória ajudou a construir histórias de sucesso no esporte paralímpico é a maior recompensa que eu poderia ter. O esporte tem o poder de transformar sonhos em realidade, e é isso que me motiva a cada dia", completa Kelvin.

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Com a camisa do Athlon e usando máscara de proteção facial, Kelvin corre com os braços abertos em direção aos atletas do time masculino de goalball. Foto: Renan Cacioli/ CBDV.

Patrocínio

A Loterias Caixa é a patrocinadora oficial do futebol de cegos, goalball e judô paralímpico brasileiros.


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