Campeão dentro e fora das quadras quer deixar legado no futebol de 5
Por Comunicação CBDV
05/05/2020
São Paulo/SP
Ele é um dos nomes mais vitoriosos do esporte paralímpico brasileiro. Como goleiro da Seleção Brasileira de futebol de 5, entre 2003 e 2012, colecionou todos os títulos possíveis, incluindo três Paralimpíadas (Londres 2012, Pequim 2008 e Atenas 2004) e um Mundial (Hereford 2010). A partir de 2013, assumiu o comando técnico com a missão de manter o país soberano na modalidade e não decepcionou: ouro na Rio 2016 e nas Copas de 2018 (Madri) e 2014 (Tóquio).
Enquanto espera o mundo se recuperar da pandemia do novo coronavírus e prepara à distância sua equipe para os Jogos de Tóquio, adiados para 2021, o paraibano Fábio Vasconcelos, de 45 anos, trabalha incansavelmente por aquele que o próprio considera ser o seu maior legado no futebol de 5: a renovação da modalidade.
"Quando assumi, uma das minhas metas era tentar fazer um trabalho de base. Participei de três medalhas paralímpicas, e o grupo era praticamente o mesmo. Em 2015, fui fazer a primeira convocação para uma seleção sub-25 e não consegui oito atletas com essa idade. A seleção principal ganhava tudo, a base de dez, 12 atletas era mantida, então não havia espaço. Os mais jovens iam para outras modalidades", contou o treinador, durante participação no programa "CBDV Ao Vivo" desta terça-feira (5).
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Ele começou, então, um trabalho de formiguinha para garimpar possíveis talentos. Telefonava a atletas e técnicos de clubes perguntando se havia garotos cegos jogando bola. Foi de região em região divulgando que o Brasil passaria a contar com uma equipe de base. O fruto é um grupo sub-23 hoje composto por mais de 20 atletas. A meta, a partir de 2025, é que essa seleção seja sub-18. "A média de idade da principal é de 27 anos, está muito próxima da sub-23, então, estou buscando gente ainda mais jovem, com 12, 13 anos", revelou Vasconcelos.
Mesmo que ele não esteja mais no comando até lá, a satisfação pelo trabalho desenvolvido já compensará todo o esforço. "Sei que vai dar frutos, seja para mim, como treinador, ou para outros que virão em breve. Com certeza, essa seleção de jovens será o meu maior legado", afirmou.
Em 2012, Fábio encerrou seu vitorioso ciclo como goleiro ganhando o ouro em Londres. Na imagem, ele abraça o time. Foto: CPB
Planejamento para Tóquio
Única seleção a ganhar o ouro paralímpico até hoje no futebol de 5, o Brasil vai buscar o penta em 2021. Apesar da mudança nos planos por conta do adiamento, o técnico prefere pensar nos aspectos positivos.
"Quem trabalha com alto rendimento não pode se lamentar. Estamos aqui para resolver problemas. Fizemos uma videoconferência com toda a comissão técnica, analisamos a situação e realidade de cada atleta em suas casas para não ficarem parados. Sabemos que haverá uma perda, mas os atletas compraram a ideia e têm mantido a forma", garantiu.
O período a mais de preparação também jogou a favor de alguns atletas que vinham de problemas físicos. Ricardinho sofreu uma lesão muscular no começo do ano que o tirou até da disputa da Supercopa do Brasil, no fim de fevereiro, e Cássio e Jefinho anteciparam cirurgias que só seriam realizadas ao término da participação brasileira em Tóquio: "Nesse aspecto, foi positivo. Os atletas já estão praticamente recuperados, fazendo a transição para iniciar o trabalho físico".
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Renan Cacioli
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