Carla da Mata deixa arbitragem da CBDV com gosto de dever cumprido
Por Comunicação CBDV
13/01/2022
São Paulo/SP
A arbitragem do goalball brasileiro está sob nova direção: a mineira Carla da Mata deixará a função de coordenadora exercida desde 2012 para dar lugar à paranaense Fabiana Milioransa, que assume com a missão de manter o nível do apito lá no alto após a brilhante passagem da antecessora pelo cargo.
"Acredito que, assim como o goalball nacional, a coordenação da arbitragem passou por um processo de amadurecimento ao longo dos anos e as melhorias mais significativas vieram com o aumento da participação em eventos internacionais. Muito do que aprendemos em outros países e eventos como Jogos Paralímpicos, Mundiais e Parapans foi aplicado aqui em nossas competições", explica Carla. "A sensação é de realização por ter conseguido usar essa expertise para a melhoria na qualidade da nossa arbitragem, reconhecida e respeitada em todo o mundo", completa.
Carla se deparou com o goalball em 1996, quando ainda cursava a Faculdade de Educação Física na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Participou de eventos e clínicas e, a partir de 2002, não parou mais. Esteve em seis Mundiais, três Parapans e três Paralimpíadas, seja apitando ou coordenando, além de diversas outras funções em torneios nacionais e internacionais.
Do contato inicial com a modalidade aos dias de hoje, ela pontua quais foram as maiores mudanças para a arbitragem: "O que mais mudou foi a estrutura e as condições de trabalho. Outro diferencial foi o sistema de avaliação baseado em feedbacks jogo a jogo. Quando os árbitros compreenderam a importância do sistema de avaliação e conseguiam aplicar as correções nos jogos seguintes, percebemos o salto qualitativo no trabalho. Uma melhor postura, conduta, um posicionamento mais adequado. Importante destacar todo o suporte da CBDV para que os árbitros façam o seu nivelamento internacional. Isso tem que ser mantido, para que a arbitragem esteja sempre atualizada e com uma importante representatividade no cenário internacional".
Claro que ao longo dessa longa jornada a mineira encarou muitos perrengues. Um deles aconteceu no Rio de Janeiro, conforme ela conta: "A instituição havia liberado um ginásio para um Regional e, quando chegamos, o local estava ocupado. Tivemos de fazer o primeiro dia de competição em uma quadra externa, desmontar tudo à noite e preparar o ginásio para os dias seguintes. Daí, à noite, quando estávamos desmontando, apagaram as luzes e um grupo ficou com a lanterna do celular iluminando o espaço para enxergarmos os materiais. Pra fechar, as traves foram transportadas para o ginásio em um caminhão, no escuro, com um dos árbitros em cima do caminhão segurando as traves... Perrengue nada chique! (risos)", brinca.
Houve, também, fatos inusitados, como no Mundial de 2010, em Sheffield, na Inglaterra, quando Carla se esqueceu de um pequeno detalhe antes do jogo no qual iria apitar: "Eu era uma das árbitras da partida e, quando o jogo iria começar, eu percebi que não tinha pegado meu apito. Fiz um sinal pra esperar, corri pra buscar meu apito, fiz cara de paisagem e seguimos!".
Comunicação CBDV
Renan Cacioli
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