‘Enciclopédia do goalball’, técnico soma mais de 350 jogos pela Seleção
Por Comunicação CBDV
27/05/2020
São Paulo/SP
Conversar com Dailton Nascimento sobre goalball é ter uma certeza: ele vai se lembrar com precisão de datas, jogos, nomes e tudo que compõe a história da modalidade. Verdadeira enciclopédia do paradesporto e com mais de 350 jogos pela Seleção Brasileira no currículo, ele tentará levar as mulheres ao seu primeiro pódio paralímpico, ano que vem, em Tóquio.
Convidado desta quarta-feira (27) do "CBDV Ao Vivo", live que a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais realiza em suas redes sociais, o treinador rememorou parte de sua trajetória, iniciada nos anos 90 no Instituto dos Cegos da Paraíba Adalgisa Cunha.
+ CLIQUE AQUI E ACOMPANHE O PROGRAMA NA ÍNTEGRA.
"Foi minha porta de entrada na educação física adaptada. Um desafio enorme porque, até então, se sabia muito pouco, a literatura era escassa. Tinha seis anos de profissão e precisei fazer todas as adaptações. Em 1993, participei de uma competição na Unicamp com crianças cegas. Depois disso, não parei mais", contou.
Os primeiros passos foram na natação e no atletismo. O goalball, ele conheceria pouco depois, graças a uma professora do Rio Grande do Sul: "A professora Marlene me mostrou como funcionava o jogo numa folha de papel. Não havia goalball no Norte e Nordeste. A predominância era o futebol de 5. Aos poucos fui estudando, consegui uma bola... Em 1994, vi um jogo da Seleção Brasileira nos Jogos Latino-Americanos e do Caribe para Cegos contra o México e me empolguei ainda mais".
Nenhum nome passa batido pelo recorte do tempo que Dailton vai traçando ao longo da conversa. Cita os atletas Cesar, de Maringá, e Joaquim como alguns dos primeiros com quem trabalhou. Faz questão de, a todo instante, agradecer a quem esteve junto no desenvolvimento da modalidade. "Hoje, o goalball é um dos melhores do mundo no cenário internacional, mas não podemos nos esquecer do passado. Eu sou contemporâneo do goalball. A única diferença é que continuo estudando. Sou um apaixonado", emenda.
Apego aos números
Influenciado por um amigo paraquedista, que anotava todos os saltos que fazia, Dailton passou a registrar em uma lista suas partidas pela Seleção (masculina, que ele treinou de 2002 a 2008, e feminina). A última atualização é de 352 jogos internacionais. Antigamente, marcava até a quantidade de viagens feitas: "Parei nas cento e poucas, faz tempo que não anoto", brinca.
Desde que assumiu a seleção feminina, o Brasil conquistou dois ouros em Parapans – Lima 2019 e Toronto 2015 –, além de um bronze no Mundial de 2018, feito que garantiu a classificação para a Paralimpíada de Tóquio. O país saltou até o segundo lugar no ranking mundial. O foco, agora, é conseguir a inédita medalha paralímpica, no Japão, mesmo tendo de lidar com o adiamento em um ano de todo o planejamento.
"O desafio da psicologia é não deixar os atletas chegarem a um nível de ansiedade que gere impaciência. Estamos trabalhando diariamente com eles esse aspecto. Na preparação física, é dar condição mesmo com treinamentos dentro de casa. E no planejamento, junto com a CBDV, fazer o que for mais eficaz para retomar o foco para essa medalha."
À direita, Dailton comemora com Gaby a vitória na final do Parapan de Lima; à esquerda, jogadoras e comissão técnica se abraçam. Foto: Douglas Magno / EXEMPLUS / CPB
Comunicação CBDV
Renan Cacioli
+ 55 11 98769 1371
+ 55 11 99519 5686 (WhatsApp)