Futebol de cegos põe hegemonia em jogo em 'arena cartão-postal' de Paris
Jardiel conduz a bola acompanhado de perto por Tiago Paraná. Ao lado direito da imagem, Ricardinho aguarda a movimentação na marcação. Jogadores treinaram com camisas azuis e calções brancos. Foto: Alexandre Schneider/ CPB.

Futebol de cegos põe hegemonia em jogo em 'arena cartão-postal' de Paris

por Comunicação CBDV publicado 2024/08/28 06:38:11 GMT-3, Última modificação 2024-08-28T06:38:11-03:00
No palco mais icônico dos Jogos Paralímpicos, Seleção Brasileira tenta a sexta medalha de ouro após preparação diferenciada

28/08/2024
Paris/FRA


Na teoria, a Seleção Brasileira de futebol de cegos fez tudo o que estava a seu alcance, incluindo uma preparação inédita de mais de sete meses em regime de concentração em João Pessoa (PB). Agora vem a prática, e ela colocará à prova uma relação hegemônica entre os futebolistas brasileiros e os Jogos Paralímpicos: desde Atenas 2004, quando a modalidade entrou na programação, o país venceu as cinco edições. Em 27 jogos disputados, foram 21 vitórias e seis empates. O primeiro teste dessa força em Paris será no domingo (1), às 13h30 (de Brasília), contra a Turquia, naquele que já é o palco mais icônico da 17ª edição dos Jogos: o Estádio da Torre Eiffel, uma estrutura montada aos pés do cartão-postal da capital parisiense com capacidade para receber mais de 12 mil espectadores – e que já tem todos os ingressos para todas as partidas da competição vendidos.


Nesta quarta (27), os dez convocados pelo técnico Fábio Vasconcelos fizeram seu primeiro treinamento no campo oficial. A expectativa, é claro, alimenta a ansiedade mesmo de quem já está acostumado à atmosfera do evento.


"É um cenário perfeito, maravilhoso para a disputa da nossa modalidade. A Torre Eiffel é um símbolo mundial, uma das maravilhas do mundo. Vai ser muito bom representar o Brasil, jogar o nosso futebol em um lugar como este. Espero que a torcida fique muito feliz com o nosso desempenho e que a gente possa conquistar o nosso objetivo", disse o baiano Jefinho, dono de quatro títulos paralímpicos com a Seleção e jogador da Associação Maestro Clube. Ele ficou cego aos sete anos, devido a um glaucoma. 

 

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Foto tirada do alto mostra ao fundo, bem centralizada, a Torre Eiffel. O campo de jogo tem grama sintética azul e os assentos das arquibancadas são azuis. As bandas laterais da quadra são de acrílico transparente e há uma grande logo de Paris 2024 pintada de branco no chão, na parte externa do campo. Foto: Renan Cacioli/ CBDV.


Além da Turquia, vice-campeã europeia, o Brasil vai enfrentar ainda pelo Grupo A a França, anfitriã e campeã europeia, e a China, campeã asiática e algoz dos brasileiros na semifinal da Copa do Mundo de Birmingham 2023. No Grupo B, estão Argentina, Colômbia, Japão e Marrocos. Os dois melhores de cada chave avançam às semifinais, que serão disputadas no dia 5. A grande final está marcada para o dia 7 de setembro.


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Regra nova e retrospecto contra rivais


Esta será a primeira edição de Jogos Paralímpicos sob a mudança de regra que reduziu o tempo de jogo para duas etapas de 15 minutos cada, cronometrados (o relógio para quando a partida é interrompida). Antes, eram dois períodos de 20 minutos cada.


A Turquia, adversária da estreia, já foi batida pelo Brasil duas vezes em Paralimpíadas: em Londres 2012, goleada 4 a 0; na Rio 2016, vitória por 2 a 0. Contra a França, rival da segunda rodada, foram quatro confrontos até hoje: um empate e três vitórias do Brasil, incluindo a final de Londres 2012 (2 a 0) e a goleada por 4 a 0 da última edição, em Tóquio, também pela fase de grupos. Já a China só não cruzou o caminho brasileiro em Atenas 2004. Em Pequim 2008, empate por 1 a 1 na fase de grupos e vitória nossa na final (2 a 1). Em Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020, vitórias brasileiras por 1 a 0, 2 a 1 e 3 a 0, respectivamente.

 

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