
Perda do pai faz novata da base do goalball do Brasil jogar pelos dois
12/03/2025
São Paulo/SP
O ano de 2023 representou, definitivamente, um divisor de águas na vida da recifense Emilly Victoria. Ao mesmo tempo em que dava seus primeiros arremessos e ganhava um novo um amor incondicional pelo goalball, a garota de apenas 15 anos na época sentia a dor da perda do pai, falecido durante uma cirurgia cardíaca. Hoje com 17, ela leva esse misto de sensações tão opostas para dentro de quadra e tenta, ao lado de outras nove garotas convocadas para o 1º Campo de Treinamento de Base da Seleção Brasileira, firmar-se na modalidade. Desde o dia 7, elas vêm treinando no CT Paralímpico Brasileiro, em São Paulo.
"Eu comecei no esporte sentindo um aperto no peito, mas tudo o que fiz foi por ele", diz a atleta, que possui baixa visão mas segue ainda à espera de um diagnóstico. "A minha patologia ainda não é fechada, mas minha baixa visão começou no período da pandemia. Quando eu fui no oftalmo, percebi que a minha visão começou a fechar. Fiz vários exames, passo por consultas e ainda estão tentando fechar minha patologia. Eu estudo, faço faculdade de educação física e, hoje em dia, não é uma coisa que me assuste, mas mudou um pouco minha vida", explica a jogadora da Assobecer-PE (Associação Beneficente dos Cegos do Recife).
No mês que vem, ela participará de seu terceiro Regional Nordeste, a partir do dia 7, em Natal (RN). Aos poucos, o incentivo recebido há dois anos da professora Natashy Melo, técnica da equipe, e da colega de time Aline Rodrigues, que também vem sendo convocada para a Seleção Brasileira de goalball, vai dando resultado. "É uma sensação inexplicável pra mim. Eu tô vivendo o sonho que eu queria estar vivendo, graças à minha técnica e à minha equipe. Esse esporte, pra mim, é literalmente minha vida", afirma Emilly, que disputou os Jogos Juvenis da CBDV, competição voltada a jovens promessas, nos dois últimos anos.

Foto: Taba Benedicto/CBDV.
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