Presidente da CBDV ressalta feitos do judô e mira novo ciclo ainda mais vitorioso
21/11/2024
São Paulo/SP
O presidente da CBDV (Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais), Helder Maciel Araújo, e a bicampeã paralímpica de judô Alana Maldonado foram convidados nesta quinta (21) do podcast "Além do Pódio", um projeto em parceria entre o CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) e o UOL Esporte que vem sendo realizado durante o Expo Brasil Paralímpico, evento que acontece em São Paulo dentro da Reatech, uma das feiras mais importantes da América Latina dedicadas à promoção da acessibilidade e da qualidade de vida das pessoas com deficiência.
Na entrevista, Helder falou sobre o trabalho consolidado que a CBDV vem realizando com o judô ao longo dos anos e ressaltou o grande resultado nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, quando o Brasil obteve o melhor desempenho desta modalidade em toda a história: oito pódios, sendo quatro ouros, duas pratas e dois bronzes.
"Estamos desde 2009 fazendo um trabalho forte no judô, mudando algumas coisas no caminho para alcançarmos o que alcançamos hoje, um resultado muito positivo na história da Confederação. A gente passou por algumas dificuldades, mas estamos trabalhando todo ano, implementando algumas coisas e dando bastante apoio para os atletas, fazendo tudo o que pudemos nesses ciclos. Sempre apostamos muito no judô", disse o presidente. "Tivemos um resultado inédito: oito medalhas no judô, uma no goalball [bronze com os homens] e outra [bronze] no futebol. Agora, temos o desafio do ciclo dos Estados Unidos, mas estamos trabalhando, trazendo uma equipe multidisciplinar muito forte para atuar com os atletas. Coisas novas estão chegando e a expectativa é muito grande de, daqui a quatro anos, não só alcançar dez medalhas, mas melhorar a cor das medalhas e aumentar a quantidade", completou.
Duas vezes medalhista de ouro em Paralimpíadas (Paris 2024 e Tóquio 2020) e bicampeã mundial, Alana Maldonado destacou a importância da CBDV em sua trajetória vitoriosa: "Viemos de quatro medalhas no Rio, três em Tóquio e oito em Paris. A CBDV não mediu esforços para trabalhar para que isso fosse alcançado e realizado por nós, atletas. Precisamos de suporte e tranquilidade para que possamos trabalhar firme e chegar a esses resultados. Em Los Angeles, vamos quebrar grandes barreiras e bater recordes no judô", prometeu.
A judoca ainda relembrou a derrota na final das Paralimpíadas do Rio, em 2016, quando ficou com a prata, e contou o que mudou para que ela subisse no lugar mais alto do pódio nas edições seguintes. "A partir do Rio, eu falei que não queria mais sentir a dor que senti. Daí em diante, digo que virei uma atleta profissional. Mudei rotina, hábitos, até me mudei para São Paulo. Hoje, se eu tenho um caminho que me leva a ser tricampeã paralímpica, é esse caminho que vou seguir e pago o preço por ele. Não tem coisa melhor que subir no pódio, olhar para trás e saber tudo o que deixamos para trás, o que abdicamos, o quanto sofremos e o quão difícil foi. Ver a bandeira subindo com o Hino Nacional é muito gratificante", disse.
Base é o futuro
O presidente da CBDV fez questão de ressaltar o trabalho que tem sido realizado com os jovens atletas para que surjam cada vez mais ídolos no paradesporto. "Acabamos de realizar um campeonato de jovens com mais de 150 atletas", disse, referindo-se à segunda edição dos Jogos Juvenis, que aconteceu em outubro, na capital paulista. "Esses ídolos são espelho para essas crianças, essa nova geração que está vindo aí. Temos Ricardinho, Jefinho, Alana, mas esses atletas não vão competir para sempre. É importantíssima a renovação e o legado que esses atletas deixam é muito grande. Legado vencedor, legado extremamente profissional. É um espelho para esses jovens que estão vindo. É uma esperança para o futuro."
O segundo dia de Expo Brasil Paralímpico, que acontece no São Paulo Expo, na zona sul de São Paulo, contou novamente com uma experimentação da modalidade na arena de lutas localizada dentro da feira. Jaime Bragança, Antônio Júnior e Anne Talitha, todos treinadores da Seleção Brasileira, ministraram a aula juntamente com a judoca Érika Zoaga, medalhista de prata em Paris. Mais tarde, foi a vez das crianças da Escolinha Paralímpica do CPB, liderados pela treinadora Ana Gomes, conhecerem de pertinho a bicampeã Alana Maldonado, que distribuiu golpes de judô para os pequenos, além de abraços e fotos.
Sobre o evento
O Expo Brasil Paralímpico é um evento idealizado pelo CPB, que fez a parceria com a Reatech para poder apresentar o Movimento Paralímpico e conscientizar sobre a importância do esporte na vida das pessoas com deficiência, como uma ferramenta de reabilitação, promoção da saúde, de inclusão social e de desenvolvimento pessoal. Além das ativações com as modalidades que a administra, a CBDV também terá profissionais de diferentes áreas participando como palestrantes do VII Congresso Paradesportivo Internacional, que acontecerá simultaneamente dentro da feira. A programação completa, sujeita a alterações, está disponível aqui. O Congresso, organizado desde 2010 pelo CPB, é direcionado a estudantes e profissionais que trabalham ou têm o desejo de trabalhar com o esporte paralímpico.
Patrocínio
A Loterias Caixa é a patrocinadora oficial do futebol de cegos, goalball e judô paralímpico brasileiros.
Comunicação CBDV
Renan Cacioli
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