No palco do primeiro Brasileiro de goalball, seu Joaquim dá adeus à bola azul

18/07/2024
Curitiba/PR

No Ginásio do Tarumã, em Curitiba (PR), a história do goalball brasileiro ganhou um de seus capítulos mais importantes em 1987, quando o primeiro torneio nacional disputado no país deu impulso a uma modalidade que, hoje, faz do Brasil potência mundial. Joaquim Teixeira Batista, um dos personagens dessa história, tinha 30 anos quando ergueu o troféu de campeão pela Adevimar-PR (Associação dos Deficientes Visuais de Maringá). Hoje, 37 anos depois, ele deu adeus à bola azul após a eliminação da Apadevi (Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais de Ponta Grossa) nas quartas de final do Regional Sul, que conheceu na rodada desta quinta-feira seus semifinalistas nas duas categorias, feminina e masculina.

"É uma felicidade imensa encerrar a carreira aqui, onde fui campeão há 37 anos. Quero parabenizar toda essa garotada que jogou comigo. Que Deus abençoe a todos!", falou o agora ex-atleta. "Fico muito feliz por ter ajudado a começar essa história e ver hoje o goalball o tanto que expandiu em nível mundial, o Brasil campeão de Paralimpíada. Aliás, quero aproveitar para já desejar oa sorte à nossa Seleção em Paris. Essa sementinha que plantamos lá atrás, eles continuam levando. Este é o meu maior orgulho!"

O goalball chegou ao Brasil em 1985, quando Adevimar e Cadevi-SP (Centro de Apoio ao Deficiente Visual) fizeram uma partida de apresentação do esporte. No ano seguinte, seu Joaquim dava os primeiros arremessos – e pensou seriamente em desistir da nova modalidade, como ele mesmo relembra: "No meu primeiro jogo, em abril de 1986, comecei a jogar toda bola para fora. E o pessoal falando 'pra lá, pra lá'. E eu não sabia pra onde era. Pensei: 'Isso não é pra mim, não!'. Mas continuei firme, perseverante, e tenho essa longa carreira, várias vezes campeão brasileiro e vice-campeão mundial em 1988, ainda na época da ABDC", conta.

Apesar de estar encerrando a carreira, o paranaense nascido em Assai, município da região metropolitana de Londrina, seguirá com um legado importante dentro da modalidade: sua filha, Fabiana Milioransa, é árbitra de goalball e teve a oportunidade de apitar a última partida do pai: "Hoje tenho a minha Fabiana na arbitragem, que eu sempre digo que aprendeu a engatinhar com uma bola de goalball. Com certeza, a minha voz vai continuar nas quadras com ela apitando", completou seu Joaquim.

Semifinais definidas tanto no masculino quanto no feminino

A rodada decidiu os quatro melhores times das duas categorias que farão as semifinais amanhã. Algoz da Apadevi do seu Joaquim, o IRM-PR (Instituto Roberto Miranda) manteve os 100% de aproveitamento com a vitória por 10 a 0. Na semi, vai encontrar a Amacap-PR (Associação Maringaense dos Amigos do CAP), que bateu a Apac-PR (Associação dos Paratletas de Cascavel) por 11 a 7. No outro lado da chave, a Acergs-RS (Associação dos Cegos do Rio Grande do Sul) derrotou a Apesblu-SC (Associação de Paradesporto de Blumenau) por 14 a 8 e medirá força com a Acesa-SC (Associação Catarinense de Esportes Adaptados), vitoriosa diante da Apadavix-SC (Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos e Visuais de Xanxerê): 11 a 4.

Na categoria feminina, a última rodada da fase classificatória, disputada pela manhã, confirmou a Acesa como líder do Grupo A, após vencer por 10 a 0 o confronto direto com a Adevifoz, que passou com o segundo lugar da chave. No Grupo B, a líder Maestro fez 12 a 2 na Apadevi, enquanto a outra vaga saiu do duelo direto entre IRM e Acergs: melhor para as paranaenses, que ganharam por 6 a 3. Assim, as semifinais do feminino terão Acesa x IRM e Maestro x Adevifoz.

Como os quatro semifinalistas da categoria masculina já têm vagas asseguradas no Campeonato Brasileiro 2024, a vaga do Regional Sul para a Série B no masculino ficou com a quinta melhor colocada, a Apac, do Paraná. No caso da categoria feminina, ninguém está garantido ainda, portanto, as duas vagas cedidas pelo Regional serão para as duas finalistas da competição.

Confira a tabela atualizada com os resultados da quinta rodada:

*Vitórias por W.O.

O Regional Sul, cujas finais estão marcadas para sábado (20), começou com 26 equipes, 15 na categoria masculina e 11 na feminina, e é o último dos cinco regionais da modalidade organizados pela CBDV (Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais) neste ano depois de passar por Goiânia, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Ao todo, mais de 130 atletas participam do torneio que concede aos melhores colocados que já não estejam previamente classificados para alguma das duas divisões nacionais vagas no Campeonato Brasileiro Série B 2024. Entre as mulheres, nenhuma das 11 equipes está garantida. Do lado dos homens, Acergs-RS, Acesa-SC e IRM-PR, ambas na Série A, e Amacap-PR, na B, já estão asseguradas.

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