Nota de pesar: Leonel Cunha, medalhista paralímpico de judô em Seul 1988
Foto recente de Leonel, que era branco, estava careca e tinha bigode e cavanhaque grisalhos; na imagem, ele veste terno escuro e camisa social azul com gravata preta. Foto: Arquivo Pessoal.

Nota de pesar: Leonel Cunha, medalhista paralímpico de judô em Seul 1988

por Comunicação CBDV publicado 2023/04/03 11:43:04 GMT-3, Última modificação 2023-04-03T11:43:04-03:00
Morre aos 60 anos um dos pioneiros da modalidade no país, medalhista de bronze nos Jogos e também no Mundial de 1995, nos EUA

03/04/2023
São Paulo/SP


É com extremo pesar que a CBDV (Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais) comunica o falecimento do judoca paralímpico Leonel Cunha Moraes Filho, aos 60 anos, ocorrido na noite do último domingo. Ele teve uma parada cardiorrespiratória em decorrência de complicações de uma infecção urinária que se agravou. O velório e enterro acontecerão nesta segunda-feira (3), em Goiânia (GO), estado natal de Leonel, nascido no município de Petrolina de Goiás.


Leonel perdeu a visão aos 19 anos, em um acidente automobilístico. Começou lutando judô contra atletas do convencional e foi um dos pioneiros da vertente paralímpica da modalidade, que estreou na grade dos Jogos Paralímpicos de Seul 1988, na Coreia do Sul, com os homens – as mulheres seriam incluídas no evento apenas a partir de 2004, em Atenas. De lá, o então peso-pesado (acima de 95 kg) voltou para casa com uma medalha de bronze, assim como os colegas Jaime de Oliveira (até 60 kg) e Júlio Silva (até 65 kg). Foram as primeiras medalhas do judô paralímpico brasileiro na história do maior evento do planeta.


Ele participaria ainda de outras duas edições da Paralimpíada: Barcelona 1992 e Sydney 2000, ficando em quinto lugar em ambas. Ganhou ainda o bronze no Mundial de 1995, disputado em Colorado Springs, nos Estados Unidos. "Foi um atleta competitivo e responsável em suas atividades. Eu, ele e o Tenório trocávamos muitas ideias sobre treinamentos. O Leonel foi muito importante para o judô paralímpico", diz o sensei Fernando da Cruz, treinador da Seleção Brasileira de 1995 a 2001.

 

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Leonel está com o corpo posicionado sobre um outro judoca. Ambos vestem quimonos azuis. Foto: Lailson Filho.


Além do paradesporto, Leonel Filho também se dedicou à profissão de massoterapeuta e integrou um projeto para judocas em Aparecida de Goiânia. "Meu pai era um exemplo de superação e de guerreiro. Sempre teve força para buscar o melhor, pulando cada obstáculo que aparecia. E não pensava só nele, pensava em cada um que estava ao seu redor. Pensava o que de melhor ele poderia fazer. Um exemplo, um super-herói", destaca Pedro, um dos três filhos que Leonel deixa (os outros são Regilene e Lucas). Também deixa os netos Anny Kelly, Guilherme Augusto, Liz e Théo, além da namorada Josefa.

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