Ouro inédito de Harlley puxa pódio do judô no primeiro dia em Santiago
19/11/2023
Santiago/CHI
O judô começou sua trajetória nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, neste domingo (19), colocando seis dos oito atletas que pisaram no tatame do Centro Esportivo de Contato no pódio. Um deles em especial sentiu o gostinho do ouro pela primeira vez: aos 44 anos, o mineiro Harlley Arruda pôde, enfim, saber como é ser um campeão parapan-americano. Medalhista de bronze nas três edições anteriores, ele venceu o argentino Eduardo Gauto na final da categoria até 73 kg. Outro ganhador inédito foi o paraense Thiego Marques, de 24 anos, que lutou a decisão da categoria até 60 kg contra o manauara Elielton Oliveira, que ficou com a prata. A potiguar Rosi Andrade, de 26 anos, estreante em Parapans, também subiu no lugar mais alto do pódio, assim como a experiente Lúcia Araújo, de 42. A atleta paulista foi campeã entre as lutadoras até 57 kg. A sexta medalha veio com a também paulista Giulia Pereira, bronze na mesma categoria de Rosi (até 48 kg).
"Primeiramente, quero agradecer a Deus e à minha família, que tem dado forças a mim. E não posso deixar de agradecer ao Comitê Paralímpico Brasileiro e à CBDV. Eu venho mudando de categoria, vim da 90 kg para a 73 kg, então há todo um trabalho com a nutricionista, com médico, preparador físico. Só posso agradecer", falou Harlley, que perdeu a visão dos dois olhos em 1999, em um acidente com arma de fogo. Ele disputa o Parapan pela quinta vez: além dos bronzes em Lima 2019, Toronto 2015 e Guadalajara 2011, ele esteve na edição do Rio, em 2007.
Saiba mais: Quer acompanhar nossas modalidades no Parapan? Confere a agenda!
"Eu já queria essa medalha de ouro desde Lima. E essa teve um gosto ainda mais especial porque minha mãe veio lá do Pará para me assistir", comemorou Thiego, que foi bronze em Lima e recebeu agora, no Chile, o apoio da dona Cláudia ao longo do dia. O paraense tem baixa visão por conta do albinismo. "Estou muito, muito feliz! Digo até que felicidade é pouco para descrever tudo o que estou sentindo. A missão foi dada e a missão foi cumprida", vibrou Rosi, estreante em Parapans. A atleta de 26 anos teve retinopatia da prematuridade: nasceu com seis meses pesando 900 gramas. "Meu segundo ouro em Parapans, dever cumprido. E agora é descansar que, em dezembro, tem mais uma competição", comentou a bicampeã Lúcia, que ganhara já em Lima 2019, referindo-se ao Grand Prix de Tóquio, no Japão, para o qual o Brasil convocou dez atletas.
Apenas dois brasileiros – Rayfran Mesquita, na categoria até 73 kg, e Larissa Silva, na até 57 kg – não foram ao pódio após perderem as respectivas disputas pelo bronze.
Vale lembrar que, no Parapan de Santiago, o judô misturou as classes J1 (cegos totais) e J2 (baixa visão). Assim, os atletas têm se enfrentado como acontecia até as mudanças nas regras da modalidade, em janeiro do ano passado. Ao todo, o evento reúne 58 judocas de 12 países diferentes. Neste sábado, lutaram as categorias 48 kg e 57 kg, no feminino, e 60 kg e 73 kg, no masculino – o Brasil ganhou as quatro. Amanhã, será a vez dos pesos até 70 kg e acima de 70 kg, com as mulheres, e até 90 kg e acima de 90 kg, com os homens. Mais sete brasileiros entrarão em ação:
- BRENDA FREITAS: 70 kg J1
- MEG EMMERICH: +70 kg J2
- REBECA SILVA: +70 kg J2
- ARTHUR SILVA: 90 kg J1
- MARCELO CASANOVA: 90 kg J2
- WILIANS ARAÚJO: +90 kg J1
- SERGIO FERNANDES: +90 kg J2
+ CLIQUE AQUI para acessar a GALERIA DE FOTOS do judô no Parapan de Santiago 2023.
Patrocínio
A Loterias Caixa é a patrocinadora oficial do futebol de cegos, goalball e judô paralímpico brasileiros.
Comunicação CBDV
Renan Cacioli
[email protected]
+ 55 11 99519 5686 (WhatsApp)