Elas no comando: conheça as mulheres que batalham pelo sucesso das nossas Seleções
Natália, Andressa, Vanessa, Alexandra e Vivian compõem o time feminino das comissões técnicas da CBDV.

Elas no comando: conheça as mulheres que batalham pelo sucesso das nossas Seleções

por Comunicação CBDV publicado 2022/03/08 09:45:00 GMT-3, Última modificação 2022-03-10T14:42:02-03:00
Integrantes das comissões técnicas da CBDV falam o que pensam sobre machismo, conquistas femininas no meio esportivo e barreiras a serem rompidas

08/03/2022
São Paulo/SP

Elas lutam diariamente por algo básico: o direito de serem mulheres pensantes e profissionais respeitadas em uma sociedade que insiste em relevar o machismo, ainda mais no meio esportivo tradicionalmente ocupado por vozes masculinas. Mas, aos poucos, quebram as barreiras e ocupam espaços. Dentro das comissões técnicas das Seleções de futebol de cegos, goalball e judô paralímpico do Brasil, são cinco atualmente: as nutricionistas Vivian Paranhos e Natália Mazon, as psicólogas Alexandra Chivalski e Andressa dos Santos, além da médica Vanessa Melo.


O Dia Internacional da Mulher, celebrado neste 8 de março, simboliza um pouco das conquistas do quinteto. Quem iniciou tudo foi Vivian, que começou como nutricionista da Seleção de futebol de cegos em 2013 e, hoje, integra a Equipe Multidisciplinar da CBDV (Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais). 


"Quando eu comecei, era a única mulher nas comissões técnicas. Depois é que foram sendo agregadas nutricionistas em outras modalidades, psicólogas. Sempre tento me colocar como uma profissional aqui dentro. Para eles entenderem que, independentemente de ser mulher ou homem, sou uma nutricionista", diz a paulista de 37 anos, nascida em Valinhos (SP). Acostumada a trabalhar com grupos numerosos de atletas, ela afirma que nunca enfrentou resistência na Seleção por questão de gênero: "Claro que a gente ouve algumas coisas, às vezes, mas vamos modificando essa cultura com trabalho, conhecimento e evolução".


Nas fases de treinamento, ela tem recebido auxílio de Natália e passado muito da sua experiência para a pupila de 24 anos. "Apesar da nutrição sempre ter sido uma área majoritariamente feminina, vemos muitos homens ingressando. Mas o trabalho que a Vivian fez torna o meu agora muito mais fácil", reconhece a nutricionista natural de Brasília.


"O assédio moral ainda é muito forte, claro que ele não está restrito ao meio esportivo, está na sociedade como um todo, mas o esporte é um reflexo dela", pondera a psicóloga Andressa, que decidiu ingressar na área graças à paixão herdada da família, especialmente pelo futebol. "Comecei a entender o quanto era importante a psicologia estar ali para contribuir com os atletas. Já dentro do meio, vi o quanto os técnicos precisam de auxílio para lidar com estresse, liderança e várias coisas do tipo", explica a profissional de 31 anos.

Luta por mais espaço

Apesar de valorizaram as conquistas, elas reconhecem que o mundo dos esportes ainda precisa de mais vozes femininas atuantes: "Acho que é pouco em termos de quantidade, mas a gente já consegue ver muito mais do que tinha. Isso traz mais segurança, liberdade, passa a sensação de que o nosso olhar está sendo valorizado, que estamos sendo reconhecidas", conta a psicóloga Alexandra, de 39 anos.


A mensagem que fica? A de que é possível avançar nessa questão: "Estamos vindo de uma geração depois das mulheres que tiveram coragem de romper essa porta. Quem veio um pouquinho antes sofreu bem mais. Ainda temos problemas, é algo muito enraizado socioculturalmente. Levaremos um tempo a derrubar o que precisa ser derrubado, mas vale muito a pena quando você está dentro da realidade que sonhou e consegue mostrar que sua capacidade não é inferior apenas por ser mulher", completa a médica Vanessa, de 29 anos.

 

Comunicação CBDV
Renan Cacioli
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