Trinca de goleiros da Paraíba quer garantir 'baliza zero' para o Brasil na França
11/03/2024
João Pessoa/PB
Qualquer país que enfrenta a Seleção Brasileira no futebol de cegos entra em campo já ciente de uma condição: fazer gol no rival é tarefa dura. Para se ter uma ideia, em 248 jogos oficiais, o time sofreu apenas 87 gols. Ou seja, para marcar uma vez nos brasileiros, são necessários quase três jogos, em média. Muito dessa marca impressionante passa pela tradicional escola de ótimos goleiros que o Brasil produz há tempos e vem mantendo às vésperas dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, que serão disputados em agosto, na França. Enquanto a lista de convocados é preparada pela comissão técnica, os paraibanos Luan, Matheus Costa e Giovane treinam diariamente em João Pessoa (PB) por duas vagas na equipe.
Até pelo histórico, os dois primeiros largam na frente nessa disputa que fica apenas dentro de quadra. Titular da Seleção desde 2013, quando o atual treinador e ex-goleiro do time, Fábio Vasconcelos, aposentou-se, Luan é o mais experiente. Já ganhou duas medalhas de ouro (Tóquio 2020 e Rio 2016) e dois Mundiais (Madri 2018 e Tóquio 2014), dentre outras conquistas. "A gente tem uma base, sempre teve, de goleiros muito boa. E hoje, temos a sorte de ter três goleiros no mesmo nível. Quem entrar vai dar conta do recado, pode ser o jogo que for, a competição que for, que estaremos preparados", garante o jogador de 31 anos.
Dois anos mais novo, Matheus passou a ser convocado em 2018 e foi sempre uma sombra de respeito para o titular. Na última Copa do Mundo, inclusive, disputada em Birmingham, na Inglaterra, no ano passado, precisou substituir Luan já a partir da terceira rodada por conta de uma lesão sofrida pelo companheiro e ajudou o Brasil a conquistar a medalha de bronze. Em quatro jogos, sofreu somente um gol, justamente na disputa pelo terceiro lugar, vencida com goleada por 7 a 1 sobre a Colômbia. "A quem me pergunta como é minha relação com os meninos, sempre digo que é a melhor possível, dentro e fora de quadra. Torcemos muito pelo sucesso um do outro. Sabemos dessa rivalidade pela vaga de titular, eu quero sempre ser o titular, mas a gente se respeita. E isto, para a Seleção Brasileira, é o melhor. Uma dor de cabeça para Fábio, mas uma dor de cabeça boa", diz Matheus.
Novato do trio, Giovane é também o mais "zoado" pelos colegas, que não perdem a oportunidade de tirar sarro nas brechas dos treinos, até para ajudar a deixar o ambiente mais leve. Chamado pela primeira vez em 2022, o goleiro natural de João Pessoa aproveita a oportunidade de ter a dupla por perto diariamente, já que o grupo todo está morando na capital paraibana desde o início do ano como preparação aos Jogos Paralímpicos. "É um sentimento de gratidão, porque quando iniciei no futebol de cegos eles não tiveram covardia nenhuma em me ensinar algumas coisas. Vim do futsal, era um mundo novo para mim, e tive também a humildade de perguntar a eles algumas coisas. E eles sempre me ajudaram", explica o atleta de 30 anos.
O entrosamento dos três pode ser comprovado no vídeo abaixo:
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